Sabemos que todo oito de março é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, mas estamos aqui fazendo esse post para lembrar que essa data (e causa) deve ser celebrada todos os dias! Por isso, dedicamos este post ao universo da mulher, suas particularidades e celebração de suas vidas com uma coletânia de livros escritos apenas por elas.
Ao longo da história da literatura mundial, escritoras ganharam menos destaque nessa atividade, por conta dos aspectos sociais que não as favoreciam. Mas de um tempo para cá essa realidade mudou muito, e muitas mulheres ganharam mais espaço na literatura, pois elas conseguiram resistir e se tornaram conhecidas pelas suas obras únicas. Confira a lista de livros incríveis que o @apto21 separou para você esta semana.
Escrito pela jornalista Daniela Arbex, “Holocausto Brasileiro” foi lançado em 2013 e retrata a história do Hospital Colônia de Barbacena, onde cerca de 60 mil pessoas morreram durante o século XX. A narrativa do livro-reportagem relembra os horrores vividos pelos pacientes do hospital psiquiátrico, localizado na cidade de Barbacena, em Minas Gerais, que em sua maioria sequer apresentam problemas mentais.
Na época em que o hospital foi criado, no início do século XX, era comum receber apenas pessoas que não eram bem vistas pela sociedade, isso engloba, deficientes físicos, epilépticos, alcoólatras, homossexuais e garotas de programa. Como também, há casos de meninas grávidas violentadas, filhas que perderam a virgindade antes do casamento, homens e mulheres que haviam extraviado seus documentos ou, até mesmo, pessoas que incomodavam alguém de muito poder.
Apesar de ter uma temática forte e delicada, esse livro é escrito com muita humanidade e traz à tona reflexões sobre o passado e o presente. A autora tem outras obras muito interessantes, como “Cova-312” que retrata os dilemas da ditadura, como também “Todo Dia a Mesma Noite”, que fala sobre a tragédia da Boate Kiss.
Orgulho e preconceito é uma obra-prima de Jane Austen, considerada a primeira romancista moderna de língua inglesa. A história tem como realidade a burguesia inglesa do início do século XIX. É possível perceber que as relações do romance eram movidas por amor e dinheiro e sendo, muitas vezes, encobertas pela ganância da sociedade burguesa.
A protagonista da história é Elizabeth Bennet, a segunda filha mais velha de uma família inglesa, ela é uma jovem bonita, orgulhosa e de personalidade. Conhecida como Lizzie pelos íntimos, ela carrega dentro de si inquietações com as exigências sociais do seu tempo. O romance retrata a relação entre Elizabeth e Fitzwilliam Darcy, um homem escolhido para a moça se casar e, assim, melhorar a situação de sua longa família.
Elizabeth também precisa lidar com os problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática inglesa da época. Esse clássico da literatura inglesa foi adaptado para o cinema quatro vezes, com a versão mais consagrada feita em 2005, sob a direção de Joe Wright. Por isso, você não pode perder essa irresistível leitura!
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O livro “Meus Desacontecimentos” foi publicado em 2014 e reúne memórias da infância da jornalista e escritora brasileira Eliane Brum. A obra nos faz refletir sobre diversas situações da vida, trazendo reflexões sobre quantos “nascimentos” e “mortes” são necessárias para constituir uma vida, digamos assim, de “verdade”.
Enquanto a autora busca resposta, ela descobre sua vocação pela escrita e, ainda mais: que essa atividade salvou de fato a sua vida. Ela recorda coisas de sua infância que a afetaram profundamente, como o fato de sua irmã ter falecido nova, essa personagem é mais presente que a própria autora. Também aparecem memórias da avó e das tias que “viraram flores murchas”.
Para Eliane, morte e vida não são coisas tão diferentes assim e são intercaladas no jogo da vida. A autora se despiu em sua narrativa e acolhe o leitor como se ele fosse seu “melhor amigo de infância”, pessoa com quem pode contar todas as horas. O texto é considerado um itinerário de fora para dentro da escritora, um ato extremamente corajoso nos tempos de hoje. Por isso, esse livro não ficou de fora da lista!
A obra Americanah, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie foi publicada em 2014 e aborda temas complexos como imigração, racismo, desigualdade de gênero e amor. A protagonista desta história é Ifemelu, que nasceu na Nigéria durante o regime militar do país. Ela vive o primeiro amor com Obinze neste período.
Após conseguir uma bolsa nos Estados Unidos, Ifemelu muda sua trajetória e decide viajar, deixando Obinze – que prometeu ir logo em seguida. Entretanto, muitas coisas mudam durante a história. Assim que ela chega aos Estados Unidos, descobre que a vida de imigrante não é tão simples, principalmente, quando a etnia e a raça são fatores problemáticos no país.
Depois de alguns anos, para conseguir dar conta dos estudos, Ifemelu consegue um emprego de babá e sua vida muda após esse fato. Depois de alguns anos, ela decide retornar a Nigéria para ver os familiares, amigos e Obinze, mas, depois de tanto tempo fora, Ifemelu se sente uma verdadeira estranha e descobre que foi necessário sair da Nigéria para descobrir como as pessoas enxergam o negro ao redor do mundo.
Ter um cantinho da leitura em casa é essencial, confira o passo a passo para montá-lo!
Para fechar com chave de ouro, trazemos para você a obra-prima: “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher” da jornalista bielorussa Svetlana Alexijevich. Publicado, originalmente, em 1985, essa obra foi traduzida para o português apenas em 2016. O livro traz um cenário de Segunda Guerra Mundial (1939-1945), através de uma ótica soviética, tendo como protagonista mulheres. Como assim mulheres na guerra? Sim, existiam soldadas neste período!
Quando se pensa em guerra, já temos um estereótipo masculino, de heroísmo, armamentos e bombas, não é mesmo? Mas, em “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher”, Svetlana Alexijevich, traz depoimentos de mulheres que estavam presentes na grande guerra, contando um pouco deste período para o leitor. Normalmente, as mulheres eram invisibilizadas nas histórias de guerra, naquele período elas tinham que usar uniformes masculinos, pois o exército não tinha roupas para mulheres.
A autora reconstrói esses conflitos, que já conhecemos, a partir da perspectiva das combatentes soviéticas, que retratam a guerra de uma maneira muito diferente. Só para você ter uma ideia, eram mais de 1 milhão de combatentes mulheres no Exército Vermelho. Vale ressaltar que a autora ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 2015, com a obra Vozes De Tchernóbil – A História Oral Do Desastre Nuclear.
Gostou das nossas sugestões? Qual você incluiria na sua lista?
Conta aí!
Até a próxima! 😉